terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mais de uma


Acho que o melhor de ser atriz é que eu não sou uma só.
Posso ser a mulher pobre e também a rica, posso ser extremamente feliz ou extremamente triste, posso ser verde, azul, amarela e até colorida. Não importa.
Posso ser um cachorro, um avestruz, uma galinha ou uma folha de papel. Basta querer e ser aquilo.
Não sou mais a mesma menina de 11 anos que entrou no teatro. Nao apenas porque cresci com o passar do tempo, mas porque aprendi com meus personagens, trouxe coisas deles para mim assim como emprestei para eles. Emprestei meu corpo e até algumas experiencias minhas para inspirar a deles.
O bom de ser atriz é que quando algo muito ruim acontece, eu interpreto felicidade e fujo da minha propria tristeza.
O bom é poder interpretar sentimentos que não estou sentindo, é poder fingir não gostar de você e não ligar pra certas coisas que você diz.
É bom poder fugir dos meus sentimentos e me abrigar em um personagem.
Mas é dificil as vezes separar. Não sei se a Flávia te ama ou a personagem que procuro quando estou com você. Não sei bem se eu sinto ou "alguem" sente, se eu sei bem separar meus sentimentos dos sentimentos daquele que se abrigou em meu corpo.
Mas ao mesmo tempo é tudo de certa forma meu!

2 comentários:

  1. É o que eu mais gosto no teatro também. Poder emprestar seu corpo para um outro personagem, dar a ele voz, expressão, vida, tudo isso me fascina muito. Já fui galinha, solteirona, louca, tarada, tia, mae ... sempre mae da Flávia. KHAHKAKHAKKHAHKHA

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  2. Realmente atuar é uma coisa inigualavel, poder se transformar em outros ou ate outras, não a sensação parecida no mundo do que a magia de subir em um palco e ser alguem(ou alguma coisa) que vc nunca imaginou ser. Simplismente fascinante!

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