segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Será amor?

E mais uma vez eles se olharam frente a frente, anos de recordações na mente e desejos reprimidos pela distância. Já viveram tanto tempo ausentes um da vida do outro e mesmo assim tinham a capacidade de se olhar nos olhos e compreender o que estava acontecendo: mais uma vez eles se desejavam como no primeiro encontro.

De tempos em tempos alguém tomava a iniciativa de matar a saudade e desta vez, apesar de todo o orgulho, foi ela quem deu o primeiro passo. O desejo de tê-lo por perto ou ao menos saber como ele estava a dominava e então ela disse o primeiro ‘’oi, como você está?’’ depois de 2 anos sem nem se olharem. Ao dizer isso ela esperou por milhões de respostas negativas ou por um simples silêncio, mas para sua surpresa houve uma resposta e a partir dela os anos separados pareciam ter sumido e lá estavam eles conversando. Conversaram sobre os planos para o futuro, os erros do passado, as lembranças deliciosas de momentos que passaram juntos, mas ninguém falou sobre os desejos do presente. Começaram a conversar todos os dias até que ela recebeu uma ligação em um dia qualquer. Era ele. Se encontraram com o objetivo de unir seus amigos solteiros, mas bastou trocarem duas palavras pessoalmente e os sentimentos começaram a borbulhar dentro deles e em um momento de explosão ele a tomou nos braços e a beijou.

Não precisavam mais falar, o beijo tinha falado tudo. E mais uma vez passaram uma noite maravilhosa juntos, trocaram caricias e beijos, conversaram e riram das coisas mais bobas. No final da noite ela sabia que agora tinha mais uma lembrança dele, apenas isso. Mais um dia agradável como muitos outros que passaram juntos.

Ela foi dormir e em sua cabeça as lembranças passavam como um filme. Lembrou-se da primeira vez que ele ligou. Nesta noite eles saíram para conversar como dois estranhos e após minutos de conversa ele segurou seu rosto, encostou a em uma parede e lhe beijou a boca. Ela teve certeza que estava apaixonada neste dia e no dia seguinte a certeza de que era besteira veio a tona. Eles brigaram. Lembrou-se do segundo telefonema semanas depois, ele chamou e mais uma vez ela aceitou sair com ele. Se encontraram, conversaram, se beijaram e riram. No dia seguinte o telefone não tocou e ela chorou. Mais uma vez eles brigaram e o coração dela foi quebrado.

Essas lembranças não lhe agradavam. Então ela se lembrou do terceiro telefonema meses depois. Esta era uma boa lembrança. Ele ligou e perguntou onde ela estava, ao dizer que estava em casa ele disse que iria lá porque precisava muito falar com ela. O coração dela palpitava tão rápido que parecia querer sair pela boca. Ele foi até a casa dela e lhe pediu desculpas por todas as brigas, todas as grosserias e por ter feito ela chorar. As desculpas foram aceitas e eles conversaram sobre o que ocorreu nestes meses separados. Nesta noite não houve beijo, apenas um abraço e um adeus.
Não conversaram mais depois disso, até que em um dia de carnaval ele a tomou nos braços e lhe beijou com saudade. No fim do beijo disse que implicava com ela porque gostava muito dela. Nunca mais se viram. Ele começou a namorar. Ela viveu outras histórias de amor.

Era inacreditável que depois de tanto tempo eles tivessem se encontrado novamente. E neste encontro ele disse que a amava. Estava bêbado, sendo assim ela não sabia se era verdade ou mentira, mas preferiu guardar essas palavras na lembrança como verdadeiras. No dia seguinte eles conversaram rapidamente e depois não mais. Ela tinha certeza de que depois de algum tempo ele ligaria de novo, ele sempre liga. Mas a espera sempre machucava tanto. Decidiu ser forte, todas as outras vezes eles brigaram porque ela o procurava e queria tê-lo então desta vez ela não procuraria. Estava mais velha e madura, não precisava dele. Ela sonhava com ele todo dia, mas ao acordar se vestia e ia viver a realidade na qual ele não se encaixava.