terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Seria uma noite perfeita

Em mais um dia de muito trabalho, resolveu jantar em um restaurante para logo depois poder chegar em casa e apenas dormir. Dirigiu até o restaurante de comida italiana, o qual não lhe agradava muito, mas era o mais próximo. Chegou, estacionou e entrou morta de fome. Foi conduzida até uma mesa, se sentou e analisou bem o cardápio. Nada a agradava. Resolveu comer uma simples lasanha com um bom vinho. Enquanto esperava começou a ler um romance, o livro fora o último presente de seu ex namorado. Não lhe agradava nem um pouco os romances, porém aquele em especial lhe interessou. Era sobre um casal que se apaixona durante a 2ª guerra mundial, acho lhe parecia menos "romance" que os outros.
Ficou entretida durante alguns minutos até que algo lhe chamou a atenção, algo não, alguém! Ele acabara de entrar no restaurante, usava uma roupa casual e sorria. Sentou-se a mesa ao lado e pediu a mesma coisa que ela, uma lasanha e um vinho.
O garçom trouxe o pedido dela. Ela nem percebeu. Seus olhos estavam fixos no estranho que se sentara a mesa ao lado. Ele se sentara tão à-vontade e aguardava tão despreocupadamente que até chegava a incomoda- La.
O pedido dele chegou uns 10 minutos depois do dela. Ele sorriu e logo começou a saborear a comida, mas parou. Olhou para ela e percebeu sua fixação nele.
- Não vai comer a sua lasanha? - disse.
Ela ficou sem jeito, sorriu e ajeitou o cabelo.
- Claro.
Começou a comer depressa sem olhar um instante se quer para ele. Ele ria.
- Pode ir com calma, ela não vai fugir dai!
Ela ficou vermelha.
- Estou com muita fome...
- Percebi. Posso me sentar em sua mesa?
- Claro, porque não?
Ela sorriu completamente sem graça. Ele pegou seu prato e seu copo e mudou para a mesa dela. Ela não acreditou ao ver que ele realmente estava ali diante dela, sorrindo.
- Saiu do trabalho agora não é?
- Sim, como percebeu?
- Pela sua roupa e esse monte de papeis junto a sua bolsa.
- Ahh, claro!
Ela sorriu novamente sem graça.
- Ops, desculpe a minha falta de educação, como se chama?
- Luciana e você?
- Lucas.
Durante o jantar conversaram sobre coisas banais e riram despreocupadamente como bons e velhos amigos. Ao final o celular de Lucas tocou.
- Tenho que ir.
- Namorada?
- Esposa!
- Ahh, claro.
Luciana não conseguiu disfarçar a cara de decepção.
- Quer me passar seu telefone? A gente poderia jantar novamente em outro dia...
- Não, melhor não. Se por acaso a gente se ver tudo bem, mas não marque outro jantar.
- Qual o problema?
- Pra você nenhum.
Luciana levantou sem dizer nada, deixou o dinheiro sobre a mesa e saiu em direção ao seu carro. Entrou e ficou ali, sentada olhando pra porta do restaurante. Viu uma mulher sair de um carro e encostar como se esperasse alguém. Lucas saiu com pressa, olhou para a mulher encostada, sorriu, caminhou em sua direção e a beijou. Sim, era sua esposa. Luciana mais que depressa acelerou o carro e foi embora sem poder olhar novamente aquela cena, sentia inveja daquela mulher e acima de tudo, sentia raiva. Raiva dele por ser tão apaixonante, raiva da mulher que estragara sua noite e raiva de si mesma, raiva por ter se apaixonado em apenas um jantar e ainda por cima por um homem casado!