A minha vida é como um rio. A água está sempre corrente, não importa se calma ou agitada. O estado da água depende dos seres que vivem nela, ou seja, das pessoas presentes.
No rio existem pedrinhas, aquelas que estão lá no fundo, que podem não parecer mas estão ali presentes. Existem também as algas que alimentam os peixes, aqueles que fortalecem a permanência de outros através de seus erros. Os peixes? Esses são aqueles que vivem no rio e fazem dele o mais bonito e colorido, aqueles que estão sempre ali pra manter o curso do rio, sempre em frente. Além dos habitantes há também a margem. Aquela que dá limites ao rio e não permite que ele tome outro rumo, como uma mãe. Na margem existe a vegetação que contribui para que não haja danos à margem, como uma família. E como todo rio, esse desagua em um mar. Chega a um ponto em que há um divisor de águas que faz com que a água doce vire salgada. É como um anjo que faz o que era doce e calmo virar salgado e agitado. Os peixes que vão para o mar não conseguem voltar, assim como as algas e as pedras. Depois do divisor de águas não há volta.
O rio passa por períodos de grandes tempestades e períodos de seca. Na seca, há menos água, menos peixes, a terra da margem fica seca e sensível, há menos algas. Já nas tempestades, há menos peixes, mais água, mais pedras, mais algas, a margem fica molhada e frágil, mais forte fica a correnteza, fazendo com que tudo caia no mar mais rápido. Mas entre os períodos de secas e tempestades há o período de calmaria, quanto estabiliza o número de algas, peixes e pedras, quando a margem fica firme, a vegetação mais bonita e a correnteza regular.
Mas uma coisa é certeza, não importa a época, o divisor de águas está sempre lá para fazer o que já não merece estar no rio ir pro mar e ficar no passado.
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